Monday, December 31, 2012

Primeiro os alunos...

Quando comecei minha carreira de professora em 1991 dando aulas particulares para a talentosa cantora Letícia Secco e seu irmão Artur, eu pensava que ser uma boa professora significava dar muitas informações aos alunos.

Passei anos ensinando, falando e dando conteúdos com a ilusão de que os alunos aprendiam tudo o que era exposto nas aulas. Ledo engano! Na ânsia de ser uma boa professora e ensinar muito, acabava falando demais e os alunos de menos.

Depois de alguns anos, aprendi a sempre perguntar aos alunos o que eles sabem sobre qualquer assunto antes de explicar. Ou seja, ao invés de sair explicando, pergunto se os alunos já têm algum conhecimento sobre o assunto. Até mesmo com crianças dá para fazer isso já que várias já podem ter contato com o inglês através de jogos, livros e muito mais.

Tenho feito a mesma coisa com assuntos gramaticais. Antes de explicar, peço aos alunos para formarem duplas e eles têm que tentar entender as sentenças que demonstram as estruturas a ser estudadas. Eles conversam, veem a estrutura e tentam decifrá-la. Enquanto eles fazem isso, fico caminhando pela sala para auxiliar no que for necessário. Depois de um tempinho, converso com eles sobre o que entenderam e só aí entram as explicações restantes.

Acredito que o resultado desse procedimento seja positivo porque são os alunos que contribuem, pensam, raciocinam e trabalham. Como o esforço é deles, a chance de eles aprenderem assim é maior do que apenas ouvir as minhas explicações.

Sempre tento lembrar que quem tem que aprender é o aluno, não eu. Então, demos mais chances para que eles aprendam de maneira muito mais ativa.

Como esse é último post do ano, aproveito para desejar em excelente 2013 para todos nós!

Até breve!


Sunday, December 30, 2012

Exemplo de uma aula

Já faz um tempinho que venho lendo sobre modelos de aulas diferentes das tradicionais nas quais o professor é o centro. Procuro sempre ficar atenta aos meus alunos e quando percebo que tem algum quase dormindo, o sinal vermelho pisca: é hora de mudar a aula chata.

Ora, se os alunos vão para a aula para aprender, porque so o professor que fala? Silenciemos um pouco e deixemos nossos alunos participarem ativamente. Foi um desafio dar o poder para meus alunos e ficar observando e auxiliando quando fosse necessário. Mas deixemos de muito blá blá blá e vamos ao exemplo.

O tópico da aula era Pessoas.

Chamada: pergunta para aumentar o vocabulário dos alunos. Ao invés de os alunos responderem com Presente, eles respondem a uma pergunta relacionada ao tópico.

Fórmula: uma expressão de uso de sala de aula e revisão das anteriores

Revisão da aula anterior.

Aquecimento: tempestade de ideias com a palavra People no centro. Todas as palavras relacionadas a People foram ditas pelos alunos. Saiu de tudo, de parentes a namorados e vizinhos.

1o. passo: perguntei aos alunos que informações trocamos quando conversamos sobre pessoas. Fiz uma pequena lista no quadro com as sugestões dos alunos: nome, idade, personalidade, profissão, se era um parente, namorado, amigo.

Depois disso, os alunos se reuniram em grupos de 4 e fizeram listas de perguntas para saber essas informações, lista com membros da família, verificaram se os membros do grupo sabiam ou se lembravam como dizer os números até 110, lista com palavras que descrevem a personalidade e lista de profissões.

Enquanto eles estavam trabalhando em grupo, meu livro do professor estava passando por todos os grupos para que eles aprendessem algo que não tinham descoberto entre si. O computador da sala conectado na internet também estava à disposição dos alunos se precisassem de alguma informação (os alunos não foram usar o computador por vontade própria ainda, acho que ficam acanhados porque está na mesa do professor. Mas acredito que em breve essa vergonha vai passar e eles vão usar mais esse equipamento). Eu fiquei caminhando pelos grupos, auxiliando no que fosse necessário.

Depois eles mudam de grupos para que eles aprendam com outros alunos o que não tinham discutido nos seus próprios grupos.

O dever de casa para essa aula foi a preparação de um slide com uma foto de família e os alunos vão apresentá-la na aula seguinte.

Fechamento: os alunos falam rapidamente o que aprenderam de novo na aula. Muitos aprenderam a pergunta "What is she/he like?" para descrever alguém.

Perguntei aos alunos se eles gostaram desse modelo de aula e muitos falaram que sim porque todos ficavam trabalhando, aprendendo, colaborando e trocando ideias entre si.

A minha impressão foi que a aprendizagem foi bem interativa. Vou continuar a fazer isso. :-)

Até a próxima!





Saturday, December 29, 2012

Meus alunos são pessoas

Será que os alunos são realmente levados em consideração no universo das escolas?

Há muitas técnicas, metodologias e abordagens de ensino. Há livros, apostilas e cadernos de exercícios. Há quadros, carteiras e apagadores. Há diretores, coordenadores, supervisores e professores. Há testes, provas e exames. Tudo para os alunos. Para os alunos mesmo?

Parece que o sistema de padrões, regras e médias acredita que todos os alunos são iguais e aprendem tudo ao mesmo tempo. Parece que os sentimentos e contextos pessoais não são levados muito em consideração porque todos têm que fazer as temidas provas mesmo que não estejam preparados para ela. Se houve separação dos pais, se um deles perdeu o emprego, se tiveram que sair de sua casa por problemas econômicos, se alguém da família está doente, parece que nada disso é levado em consideração.

Lembro perfeitamente quando não tirei um 10 nas provas bimestrais. Foi em 1983, quando eu estava na 3a. série do ensino fundamental. Tive infecção intestinal e fiquei internada durante alguns dias no hospital. Faltei aulas, não estudei o suficiente e tirei meu primeiro 7. Lembro quando fui pegar o meu pacote com as provas corrigidas que tinha na capa com uma árvore colorida com lápis de cor. Ao me entregar isso, a professora me perguntou:
- "Puxa, Cintia, nenhum 10? Que pena!"
Parece que ela nem notou as minhas faltas e nem perguntou porque eu havia faltado. Fiquei muito triste e me senti péssima por não ter tirado notas melhores. Achei que o problema era meu mesmo, quem mandou eu ficar doente?

Vamos conhecer nossos alunos.


Já faz algum tempo que uso a primeira aula do semestre para conhecer meus alunos. Pergunto os objetivos deles ao fazer um curso de inglês, quero saber o que gostam e o que não gostam, o que amam, como praticam a língua inglesa se já sabem algo e por aí vai. Enquanto eles falam, eu anoto tudo no meu caderno de planejamento de aulas. Eu sempre leio essas informações para conhecê-los melhor.

Lembro que quando dei aulas para crianças em uma escola montessoriana, usei como personagens de uma explicação a Turma do Chaves. Como? A Turma do Chaves? É isso mesmo! Como meus alunos sempre falavam neles, nada mais pertinente do que usar esses personagens para ilustrar minhas aulas. Foi muito interessante ver que quando mencionei Chaves e Chiquinha, todos os olhos se voltaram para mim! Mágica! :-) Logo depois de pequenas explicações, os alunos trabalhavam em grupos, em mesinhas com 4 alunos e todos podiam interagir e aprender colaborativamente. Enquanto eles estavam trabalhando em grupos com apoio de livros, exercícios e dicionários, eu caminhava pela sala para auxiliar quando fosse necessário.


Nossos alunos participam das nossas aulas ativamente?

Por vezes se ensina do mesmo jeito para todas as turmas. Repetem-se as palestras, ops, palestras? Isso mesmo, se as nossas aulas se resumem a apenas o professor falar a aula inteira, sem que haja interação com e entre os alunos, isso não é aula, é palestra mesmo. E ainda queremos que os alunos fiquem calados, nos olhando e prestando atenção só em nós. Haja paciência para passar cerca de 5 horas dessa maneira durante muitos dias de nossas vidas. Só ouvindo e nada mais.

Lembro que pouquíssimas vezes pude participar ativamente de aulas quando eu estava no ensino fundamental e médio. As aulas eram muito cansativas porque só quem tinha direito a falar era o professor. Lembro do professor de inglês do 3a. ano do ensino médio que parecia um robô dando a palestra. Meus colegas faziam a maior bagunça e ele fazia de conta que estava todo mundo prestando atenção. Eu ficava impressionada com aquela situação.

Uma aula colaborativa para mim é aquela que eu começo com a chamada (quando faço uma pergunta para que os alunos pratiquem vocabulário), faço o aquecimento, ensino a fórmula quando pertinente, faço uma pequena revisão da aula anterior e faço uma tempestade de ideias sobre o tópico a ser estudado. Depois pergunto aos alunos o que falamos sobre determinado tópico e os divido em grupos para que eles mesmos aprendam entre si. Deixo materiais e computador com internet à disposição para que eles aprendam juntos. Eu fico andando pela sala para ajudar no que for necessário.

Pensemos nas nossas aulas, será que estamos dando palestras ou aulas? Nossos alunos estão tendo a chance de aprender colaborativamente? Eles podem falar? Levemos materiais para nossas aulas, coloquemos os alunos em grupos de 4 alunos para que aprendam juntos.

No próximo post falarei sobre um exemplo de aula de inglês que fiz na universidade em língua inglesa 1 para ilustrar o que estou escrevendo.

Até breve!

Friday, December 28, 2012

Formato das minhas aulas

Li ontem um artigo muito interessante que ressaltava a importância de os professores escreverem Blogs para compartilhar experiências e aprender com seus pares. Um dos aspectos que acho bem importante sobre nossas aulas é saber planejá-las e usar um formato que ajude os alunos a compreender melhor tudo o que acontece dentro de uma sala.

Primeiro penso no objetivo da aula. O que quero que o aluno aprenda até o fim da minha aula? Mesmo que o livro texto usado em minha aula aponte apenas para um aspecto gramatical, eu procuro salientar uma função. Por exemplo, se devo ensinar o presente simples, penso em situações nas quais esse tempo verbal é usado. Quando falamos de nossas rotinas e de coisas que gostamos, usamos o presente simples.

Para começar a aula de maneira interessante e dar uma utilidade para o momento da chamada, ao invés de os alunos apenas responderem presente, uso esse tempo para fazê-los praticar vocabulário perguntando algo como a cor favorita, número que gosta, animal favorito, comida e bebida favoritas e muitos outros.

Depois disso, penso em um aquecimento que é o momento em que os alunos entram no mundo do inglês. Pode ser um joguinho rápido, uma dinâmica ou outra atividade usando o quadro.

Outro passo muito importante é fazer um revisão da aula anterior. (Agradeço a gentileza de meu amigo Sindeval ter me alertado para essa parte que eu faço mas havia me esquecido de mencionar aqui. Muito obrigada, Sindeval!)

Outra coisa que sempre faço no início da aula é ensinar sentenças ou frases que chamo de fórmulas. Essas sentenças são expressões usadas em sala de aula. Ensino uma por aula e sempre reviso as anteriores através de mímicas e gestos. É bom ter um lista dessas sentenças. Quando eu tinha uma sala de aula só para mim em um curso particular de línguas, eu colava essas sentenças escritas em balões (como os das revistas em quadrinhos) nas paredes da minha sala para que meus alunos pudessem sempre vê-las.

O passo seguinte é verificar as atividades da aula e tento sempre ligá-las à realidade dos alunos e verifico se há ilustrações que podem auxiliar os alunos na compreensão dos textos escritos ou orais (para as 4 habilidades). Sempre chamo a atenção dos alunos para esses desenhos que auxiliam muito da compreensão da atividade.

No fim da aula, depois de mostrar o dever de casa, faço um fechamento da aula, perguntando para os alunos o que eles aprenderam, novas palavras e expressões, o que eles aprenderam a dizer em inglês (Por exemplo, aprendi a falar sobre minha rotina). Isso é importante porque os alunos saem da aula pensando no que aprenderam.

A estrutura da minha aula é assim:

Objetivo:
Chamada:
Aquecimento:
Fórmula:
Revisão das aulas anteriores:
Tempestade de ideias sobre o tópico da aula:
Atividades que o livro texto apresenta
Dever de casa:
Fechamento:

Espero que tenham gostado. Vocês fazem planos de aulas diferentes? Quero aprender também. :-)

Até a próxima!
Cintia :-)

PS: O artigo que me referi é o http://www.teachhub.com/importance-teacher-bloggers

Thursday, December 27, 2012

Chuva amazônica...

Nada mais refrescante do que as chuvas desse período que muitos chamam de inverno amazônico.

Fico meio assim assim de escrever inverno porque todos os meus professores de geografia deixavam claro que não há inverno nem verão aqui em Belém, mas sim as estações mais e menos chuvosas...

Anyway, sendo inverno ou estação chuvosa, o perfume que o ar exala quando começa aquele toró é delicioso e muito típico daqui. De repente, quando está aquele calor de rachar qualquer um, o céu fica cinzento e pronto, lá vem a chuva! Ai, delícia! Refresca tudo, a temperatura diminui e nos faz esquecer um pouquinho que estamos perto da linha do Equador (é, eu amo geografia!).

Só lamento não ter onde tomar um bom banho de chuva hoje em dia como quando fazia quando eu era criança. Cansei de correr com meu irmão para curtir uma boa chuvada ali pela João Balby e pela Braz de Aguiar na década de 1980.

Espero que chova hoje também.

Sunday, December 23, 2012

Presentes abstratos muito concretos

Pela primeira vez na vida não comprei nada para o Natal. NADA. Não sei se estou assim por ter lido tanto sobre problemas ambientais, lixo, poluição e excessos num mundo cheio de pessoas sem nada ou se por maturidade mesmo. Ao ver o documentário Ilha das Flores, algo mudou em mim. Sempre fico pensando que não quero ser mais uma pessoa a entupir o mundo de tralhas de lixo, até porque não existe jogar fora... Fora onde? No espaço? Em Marte? Não, o fora é aqui mesmo, no nosso planeta, só que em lugares distantes dos olhos de lares de famílias que possuem renda a partir do razoável para viver...Os lixões que poluem, que fedem e que infelizmente servem para pessoas paupérrimas que estão bem longe da realidade de muita gente.
Como ficar feliz comprando uma coisa qualquer só para dizer que tem um presente de Natal? Muitas vezes essa coisa fica de escanteio, cheia de pó, apodrecendo e enchendo nossas casas de tralha... O que tem chamado muito a minha atenção é essa necessidade criada pelo consumismo de nos fazer querer comprar demais. E o povo sai comprando desenfreadamente, mesmo sem ter dinheiro... Haja tanta dívida nos cartões de crédito com seus juros exorbitantes....E haja trabalhar feito um escravo para pagá-los por coisas que nem precisamos... Trabalhamos demais, descansamos e curtimos de menos... Olha a saúde, minha gente!
Estou me sentindo livre! Livre das filas intermináveis, livre da obrigação de ter que comprar e receber presentes desnecessários. Quero dar e receber só AMOR, CARINHO, ATENÇÃO e AFETO. O meio ambiente agradece!
Feliz Natal cheio de presentes abstratos que só causam alegria. :-)

Friday, December 14, 2012

Esperar até abril...

Tudo enviado. Agora é segurar o coração para esperar a resposta até abril.... Espero que o tempo passe bem rápido.
Enquanto isso, vamos curtindo o tempo aqui em Belém. Tempo de curtir a família, amigos, trabalho, culinária e pontos turísticos... Ah, tenho que tomar vergonha na cara e ir visitar o túmulo do meu tatatatatatataravô Reverendo Richard Hennington que está lá no cemitério Santa Izabel. Já faz um tempão que me planejo ir lá e o tempo vai passando e nada.... Acho que vou aproveitar o recesso de Natal para fazer isso. :-)

A propósito, hoje vou levar minha turma de Língua Inglesa 1 da UFPA para visitar a biblioteca do CCBEU. Acho que eles vão gostar! :-)

Thursday, December 6, 2012

Amo ser professora!

É verdade que meu grande sonho era ser atriz, estar num palco, num filme ou algo do gênero. Gosto de fazer as pessoas rirem de mim. Sempre gostei disso. No entanto, devido a muitas coisas, esse sonho foi se transformando e passei a amar ser professora.

A troca de experiências, histórias e estórias nas aulas me faz muito feliz. Amo estar com meus alunos, seja na sala de aula ou nas comunidades do Facebook.

Amo tanto essa profissão que sinto que o tempo passa rápido demais quando estou trabalhando...

É isso.

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