Monday, March 11, 2013

Usando a Parceria de Marc Prensky nas minhas aulas - relato de hoje

Mudar a forma de ensinar requer tempo e prática tanto por parte dos professores quanto por parte dos alunos. Como normalmente estamos acostumados a ir para aulas, ouvir os professores e apenas estudar para as provas, não é nada fácil para os professores perderem o posto de centro das atenções e para os alunos aprenderem a aprender com a orientação dos professores.

Compartilho com vocês como foi a minha experiência de hoje com minha turma de inglês na disciplina Tecnologias no ensino de línguas.

O tópico da nossa aula foi como e de que maneira podemos usar o Facebook para ensinar e aprender inglês.

Comecei a chamada perguntando como seria uma aula ideal para eles para que eu os conheça cada vez mais e possa atender aos pedidos o máximo que eu puder. Alguns relatos que ouvi sobre uma aula ideal para eles foram:

- uma aula que eu participe mais e com temas úteis
- aulas dinâmicas com jogos e quizzes
- aulas com tópicos atuais e interessantes para todos
- aulas não tradicionais nas quais os alunos se ajudariam mutuamente
- aulas com músicas
- aulas com explicações claras, criativas e com áudios
- aulas com novidades
- aulas com materiais autênticos, atuais, que eu participe muito e que eu dê a minha opinião e fale de mim.
- aulas em que eu dê minha opinião, sejam interessantes e úteis
- aulas em que eu me sinta livre para participar e me sinta confortável para falar
- aulas em que eu interaja com nativos e com epals
- aulas com contação de estórias e histórias pessoais
- aulas baseadas em projetos

Anotei tudo para pensar em maneiras de atender esses pedidos nas minhas aulas.

Depois disso, coloquei algumas perguntas no quadro sobre o uso do Facebook no ensino de inglês:

O Facebook pode ser usado no ensino e na aprendizagem de inglês? De que maneira?
Há vantagens e benefícios nesse uso? Quais?
Há desvantagens no uso do Facebook no ensino? Quais?
Você usa o Facebook para ensinar e aprender inglês? Como?
Você gosta de usar o Facebook para ensinar e aprender inglês? Como?

Os alunos então ficaram em duplas ou em grupos para conversar sobre essas perguntas. Depois de 10 minutos, pedi para que eles procurassem sobre esse assunto em diversas fontes na internet. Eles tiveram 30 minutos para fazer essa pesquisa. O interessante foi notar que eles ao invés de eles todos ficarem isolados fazendo suas pesquisas, alguns alunos compartilhavam suas fontes com quem estava ao lado ou comigo. Achei isso muito interessante! Acho que isso acontece com os alunos que gostam muito de interagir e compartilhar logo o que encontram. Outros preferiram fazer suas pesquisas sozinhos e depois compartilharam seus achados no nosso grupo no Facebook.

Vejam nas fotos abaixo como os alunos pesquisaram sobre o mesmo tópico usando diferentes meios:

Jean assistiu a uma entrevista sobre o uso de Facebook

Suzany procurou grupos sobre aprendizagem de inglês no Facebook

Laís pesquisou aplicativos (apps) para aprender inglês no Facebook

Allana pesquisando diversos sites

Juliana encontrou um artigo sobre o tema na revista Nova Escola

Leslie fez anotações sobre as novidades que aprendeu

Daniela encontrou um site para os alunos ficarem mais motivados para aprender inglês

Verônica concordou com o que leu em vários sites

Odileila assistiu a uma entrevista sobre o uso das redes sociais na educação

Jonny conheceu o Livemocha para praticar inglês

Jaqueline pesquisou sobre os iniciantes no uso do Facebook

Diogo pesquisou em um site do British Council

Laena pesquisou maneiras de usar o Facebook como ferramenta de aprendizagem

David leu um artigo com 100 maneiras de usar o Facebook no ensino

Daniele também assistiu a um vídeo sobre o uso do Facebook

Leslie e Juliana conversaram sobre seus achados

Após essa etapa da pesquisa, os alunos compartilharam seus achados em grupos por 10 minutos, eles mostraram e conversaram sobre o que encontraram. Depois dessa atividade, finalmente houve uma discussão com toda a turma (mas confesso que não sei se essa parte é boa já que nem todos gostam de falar na frente de todos e também não há tempo suficiente para que todos possam falar).








Video sobre educação e redes sociais.
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Matéria da Revista Nova Escola sobre o uso das redes sociais. Destaque na reportagem foi a possibilidade de saber mais sobre os interesses dos nossos alunos: "O contato com os estudantes na internet ajuda o professor a conhecê-los melhor".
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Esta página tem várias coisas para quem ensina e aprende Inglês.

https://www.facebook.com/TeachingEnglish.BritishCouncil?fref=ts
Teaching English is the British Council’s website for teachers of English: www.teachingenglish.org.uk Teaching English brings together everything busy teachers need for the classroom and the staffroom – lesson plans and worksheets, teaching tips, web links, teaching articles and lots of informatio...
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Concluímos conversando sobre esse tipo de aula. Perguntei aos alunos o que eles achavam de aprender dessa maneira e se eles preferiam aulas tradicionais nas quais basicamente o professor fala a maior parte do tempo e a participação dos alunos é bem restrita.

Muitos falaram que gostavam de aulas assim porque:

- Tiveram a liberdade de procurar o assunto em várias mídias
- Puderam se ajudar mutuamente
- Tiveram mais oportunidades de aprender mais e com pontos de vista diferente
- Tiveram mais tempo de refletir e pensar no que estavam aprendendo

No entanto, um aluno relatou que preferia algumas aulas tradicionais porque, segundo ele, o professor conhece as melhores fontes. Alguns alunos tiveram opiniões diferentes e ele disse que não está acostumado com esse tipo de aula nos quais ficam muito livres como ficaram na minha aula.

Esse tipo de relato é esperado porque nosso sistema educacional ainda está muito baseado no modelo no qual o professor ensina e o aluno aprende. Ainda estamos muito habituados a ver nossos alunos apenas entrando nas nossas salas de aula e ficarem quietos, nos ouvindo e copiando, sem questionar muito e sem refletir muito sobre o que estão vendo.

Mas isso pode mudar graças às teorias de educação sobre ensino baseado em projetos, ensino centrado nos alunos, ensino baseado em estudos de caso e ensino baseado em parcerias. Podemos transformar nossos alunos em pesquisadores e atores ativos de sua própria aprendizagem, pois segundo Prensky (2010), os nativos digitais querem aulas nas quais eles mesmos possam pesquisar e que os professores sejam seus guias e orientadores na aprendizagem. Os professores devem dar um feedback personalizado e ajudar seus alunos a atingirem o máximo que suas capacidades permitirem. Em suma, os professores devem ajudar seus alunos a aprender a aprender.

Eu estou amando meu novo papel como professora, mesmo que eu ainda tenha muito aprender a trabalhar assim. Mas estou disposta a essa nova aventura!

Você ajuda seus alunos a aprender a aprender também?

Até breve!

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