Logo no início do livro, fiquei surpresa ao ler o que os alunos de hoje querem. Segundo Prensky (2010), baseado nas entrevistas de quase 1.000 alunos de vários contextos do mundo inteiro, os alunos*:
- Não querem ouvir palestras
- Querem ser respeitados, querem que confiem neles e que suas opiniões sejam levadas em conta
- Querem seguir seus próprios interesses e suas paixões
- Querem criar usando as ferramentas do seu tempo
- Querem trabalhar com seus colegas em grupo e em projetos
- Querem tomar decisões e compartilhar o controle
- Querem se conectar com seus colegas para expressar e compartilhar suas opiniões em sala e pelo mundo
- Querem cooperar e competir entre eles
- Querem uma educação que não seja apenas relevante, mas que seja real
Pensando em minhas próprias aulas, senti que devo falar muito menos (isso não vai ser muito fácil porque eu AMO falar...), tenho que incentivar meus alunos a usar mais as ferramentas de hoje (celulares, tablets, internet - acho que já tenho feito isso algumas vezes), tenho que deixá-los fazer mais trabalhos em grupo e fazer projetos (acho que estou aumentando a frequência dessa prática nas minhas aulas), tenho que tomar deciões das disciplinas junto com eles (posso aumentar isso também), tenho que estimulá-los a aprender usando suas paixões e pensar em atividades nas quais os alunos possam ser eles mesmos os pesquisadores do que eles têm que aprender.
Além de escrever sobre os alunos nativos digitais, Prensky também incentiva os professores a assumirem o papel de guias e orientadores. Os professores devem ajudar os alunos a pesquisar as informações que precisam aprender, dando feedbacks personalizados dos trabalhos e incentivando os alunos a melhorar sua própria aprendizagem.
Hoje, por exemplo, na minha aula de Língua Inglesa 1, meus alunos tinham que aprender a deixar mensagens de voz em telefones. Como essa prática não é muito comum aqui no Brasil porque os serviços telefônicos são muito caros, pensei que seria melhor usar o site Voice Thread para que meus alunos pudessem gravar suas mensagens sem ter que pagar nada. Primeiro nós conversamos sobre essa prática de deixar mensagens e depois os alunos tiveram que criar uma mensagem para o seguinte contexto: eles não poderiam fazer a prova de amanhã por algum motivo e tinham que deixar uma mensagem de voz para a professora. Eles escreveram suas mensagens em duplas, trios ou sozinhos. Para isso, eles contaram com o meu auxílio e com o auxílio de nossa ETA (English teaching assistant) Hilary. Além disso, eles podiam usar dicionários, celulares ou laptops. Após terem escrito, eu dei uma olhada nos textos deles e pedi para que eles gravassem suas mensagens no Voice Thread que postei no nosso grupo no Facebook:
Você pode ouvir a minha mensagem e mensagem dos meus alunos no Voice Thread no link: https://voicethread.com/#u3594583.b4232507.i21622456 Mensagem de minha aluna Eliene aqui: https://voicethread.com/?#q.b4234505 Os demais alunos vaõ postar suas mensagens aos poucos.
Aos poucos irei mudando minha forma de ensinar para uma forma de ajudar meus alunos a aprender. Como nada muda da noite para o dia, vou mudando minha prática aos poucos.
Estou gostando muito do resultado dessa nova prática porque percebo que os alunos aprendem muito mais.
Você também incentiva seus alunos a aprender dessa maneira?
Até breve!
1 comment:
Preciso aprender muita coisa. Na verdade, sempre estou aprendendo, mas preciso muito colocar em prática.
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