Monday, April 28, 2014

Aprendendo sobre cultura com Yuri Silva - aluno do programa Ciência Sem Fronteiras

Um dos aspectos que tenho aprendido muito sobre educação é que as aulas no século XXI devem ser momentos de reflexão, troca de ideias, debates e compartilhamento de opiniões. Como concordo com essa nova maneira de trabalhar em sala de aula, tenho tentado fazer isso em minhas aulas.

Na minha disciplina Culturas Anglófonas temos tido diversos debates e discussões sobre cultura brasileira, cultura Amazônica, cultura americana, cultura e aulas de inglês e muito mais. Para enriquecer nossas aulas, gosto muito de convidar pessoas para interagir com meus alunos por Skype. Sabendo disso, minha aluna Beatriz Carvalho sugeriu que seu amigo Yuri Silva, aluno do curso de graduação em Biotecnologia da Universidade Federal do Pará que está na Universidade de Cornell pelo programa Ciência Sem Fronteiras poderia contribuir com sua experiência em nossa aula. Aceitei a sugestão da Beatriz e tivemos hoje uma Skype conference com o Yuri.

Para a conferência, meus alunos postaram as seguintes perguntas no grupo no Facebook para o Yuri:

  • Ivo Matos Eu gostaria de saber quais as diferenças entre ser um aluno da UFPA e de uma Universidade americana ( carga de leitura, relacionamento com professores e colegas...)
  • Ivo Matos Qual o aspecto cultural mais surpreendente que você encontrou na cidade onde está vivendo.
  • Thaianny Cristina Eu quero saber como foi o primeiro dia de neve. Conhecendo o Yuri e o relacionamento conturbado dele com o calor kkkk
  • Raquely Caldeira Eu queria saber se você já teve algum problema de comunicação com alguém de lá. E o que você geralmente come(jantar e almoço) e onde.
  • Ivo Matos O que você acha que os americanos ( os que convivem com você) poderiam, na sua opinião apreder com os Brasileiros? E que os brasileiros poderiam aprender com eles?
  • Cintia Costa Ele teve alguma surpresa nos EUA? Houve algo que ele pensasse que fosse de um jeito e quando ele chegou lá viu que era muito diferente?
  • Raquely Caldeira Uma coisa que tem ai onde você mora em NY que não tem aqui no Brasil e que você vai sentir falta quando voltar pra cá (tirando a neve haha).
  • Cintia Costa Você acha que vai ter um choque cultural ao voltar para cá? Qual?
  • Rayssa Moraes Já que ele não tinha um contato contínuo com a língua, como foram as primeiras aulas? Ele teve grandes dificuldades nesse sentido?
  • Débora Souza Eu quero saber se Ele já passou por alguma situação constrangedora (dentro ou fora da Universidade). E como ele e as outras pessoas envolvidas reagiram?

Durante a Skype Conference, Yuri respondeu cada pergunta e aprendemos como é a vida de um aluno em uma universidade americana, que eles têm aulas curtas e que têm que ler muito e fazer muitas tarefas acadêmicas; eles têm acesso aos professores em suas "office hours", têm ajuda dos TAs (Teaching Assistants - alunos de mestrado ou doutorado); falou sobre a neve; sobre sua alimentação; diversas experiências culturais e outros assuntos.

Os alunos e eu gostamos muito de interagir com o Yuri e acredito que suas experiências nos ajudaram muito a compreender diversos aspectos culturais. Gostei muito da sugestão da Beatriz e fiquei feliz em ter tido uma aula assim.

Veja alguns momentos da nossa aula aqui:




Yuri, muito obrigada por ter dedicação um pouco do seu tempo para nós! Gostamos muito de aprender com você! Muito sucesso e felicidade na sua vida aí em Cornell!

Até breve!

Thursday, April 24, 2014

Falando sobre Felicidade em inglês - uma aula diferente com ideias da Viviane Mosé

Normalmente as aulas de língua têm o foco em palavras e estruturas gramaticais. Muitas vezes, nós professores, acabamos dando uma ênfase muito grande a frases corretas gramaticalmente, mas sem muito significado para nossos estudantes. Ao ensinar o Simple Past, por exemplo, é comum encontrarmos frases como essa em livros didáticos:

John bought a car.

A sentença está correta mas talvez não tenha significado algum aos nossos estudantes. Quem é John? Por que ele comprou um carro? O que o John tem a ver com a minha vida e com a minha realidade? Mesmo assim, normalmente os alunos têm que repeti-las muitas vezes.

Com ideias de uma escola totalmente diferente da tradicional, a filósofa Viviane Mosé acredita que a escola deveria aprender muitas coisas diferentes, como por exemplo, falar de Felicidade. No seu vídeo “O que a escola deveria aprender”, um dos argumentos dela é que a escola é como uma fábrica onde os alunos são como bonecos montados para o sistema. Além dessa ideia, o vídeo dela é muito rico e nos faz refletir muito sobre a escola. Agradeço minha aluna Julie Novaes pela indicação do vídeo. 

A educação por Viviane Mosé. A escola fragmentada, dividida em disciplinas e grades curriculares, e distante da vida dos professores e alunos, se deparar, a ...
YOUTUBE.COM|BY PHILIP GLASS


Refletindo sobre minhas aulas após assistir a esse vídeo, resolvi planejar uma aula na qual os alunos teriam que praticar inglês falando sobre o que já passou tendo como tema a Felicidade.

Comecei a aula fazendo a chamada na qual os alunos deveriam dizer em inglês algo que os deixaram felizes durante o feriado de Páscoa. Depois disso, fiz um brainstorming no qual os alunos compartilharam palavras sobre Felicidade.

Como os alunos deveriam aprender como falar do passado, propus que eles escrevessem 10 coisas que os deixaram felizes quando eram crianças, adolescentes ou há alguns anos. Num primeiro momento, alguns me olharam um pouco surpresos com o número 10. Disse a eles que pensassem em pequenas coisas que muitas vezes não damos importância, como sentir o cheiro de uma flor, por exemplo.

Enquanto eles escreviam suas sentenças em inglês, coloquei uma música tranquila de fundo e fiquei andando pela sala para ajudar os alunos. Nesse momento, tive a oportunidade de sentar ao lado de alguns alunos para ajudá-los com uma palavra ou expressão que eles queriam usar mas não conheciam. Também conversei um pouco com eles e descobri várias coisas interessantes sobre as vidas deles.

Depois disso, pedi que os alunos em duplas, lessem a lista do seu colega e conversassem sobre o que tinham escrito. Vi que os alunos conversavam e sorriam e um aprendia com o outro usando assuntos que faziam parte das vidas deles e coisas que os deixavam felizes. Parecia que eles estavam aprendendo mais porque os assuntos eram significativos para eles.

Após essa atividade, fizemos uma reflexão sobre essa aula e os alunos disseram que tinham gostado porque tinham falado de suas vidas ao invés de apenas repetir algo apresentado no livro. Os alunos produziram seus próprios materiais e aprenderam o que queriam dizer por que tinha significado para eles.

Gostei muito dos resultados dessa aula e amei vê-los felizes e sorrindo. Você estimula seus alunos a falar de felicidade nas suas aulas também?


Até breve!

Monday, April 21, 2014

Aprendendo inglês com um Smartphone - mLearning. Experiência de aprendizagem de minha mãe Carmem Bentes.

Já faz um bom tempo que minha mãe tem tentado aprender inglês para usar em suas viagens. No entanto, os materiais tradicionais não eram muito atraentes para ela e ela acabava deixando essa ideia de lado.

Isso começou a mudar quando ela comprou um Smartphone e passou a usar vários aplicativos para se comunicar, interagir, se divertir e fazer outras coisas. Um dos aplicativos que ela mais gosta é o WhatsApp que ela usa para se comunicar com parentes, com seus amigos e clientes.

Além de usar Smartphones para comunicação, eles também podem ter diversos aplicativos (apps) que ajudam a aprender línguas. Foi então que meus alunos sugeriram apps interessantes para baixar para minha mãe para que ela finalmente pudesse aprender inglês.

Um deles é o Duolingo. Minha mãe já está na lição 2 e está gostando muito de aprender com esse app. Ela pratica as 4 habilidades (ouvir, ler, falar e escrever) com os diversos tipos de atividades desse app. É interessante notar que ela fica estudando de uma forma leve e descontraída. Ela acerta, erra, acerta, erra e assim vai aprendendo inglês de uma forma muito tranquila. Eu, como professora, fico me controlando para não ajudá-la! Acredito que ela mesma pode usar essas ferramentas para aprender sem a minha interferência. :-)

O outro é o LinguaLeo. Achei um pouco estranho que logo no início das atividades apareceram vários textos sobre aprendizagem mas eles estavam escritos em inglês! Como minha mãe vai entendê-los se ela é uma aprendiz iniciante? Ainda bem que minha mãe clicou em outra coisa nesse app e começou a estudar vocabulário. Ela ficou tão empolgada aprendendo com esse exercício que passou um bom tempo estudando com ele!


Minha mãe disse que está muito feliz aprendendo inglês com seu celular porque ela aprende na hora que ela quer, em todos os lugares, inclusive quando ela viaja! Ela também disse que é a primeira vez que ela está aprendendo de uma maneira divertida e descontraída.

Mamãe aprendendo inglês:






Como você pode notar, o uso de Smartphones é de grande ajuda. Além de mostrar pronúncia, ilustrações, exercícios e jogos diversos, ainda se aprende de uma forma divertida! Acho que devemos começar a repensar nossa forma de trabalhar em sala de aula. Ao invés de proibir o uso de celulares, podemos usá-lo como aliado na aprendizagem de línguas.

Para aprender mais sobre o uso de celulares, recomendo pesquisar usando o termo mLearning. Você também pode aprender muito com o site da Professora Carla Arena que é uma especialista nessa área: http://carlaarena.com/tesol2014_mlearning/

Você incentiva seus alunos a usarem celulares para aprender também?

Até breve!

PS: O blog está com um novo link: http://learningtolearnwithcintia.blogspot.com.br/


Thursday, April 17, 2014

Aprendendo e praticando inglês com um Garage Sale e um Food Bazaar

Há vários anos venho incentivando meus alunos a praticar inglês fazendo um bazar de vendas de alimentos, objetos novos e usados. Para que pratiquem a língua, eles fazem de conta que são estrangeiros que não falam português.

Após aprenderem algumas expressões e vocabulário sobre o tema de compras e vendas, os alunos em grupos, decidiram o que desejavam vender. Para fazer a propaganda do evento, contei com o apoio voluntário do aluno João Victor, que preparou um cartaz muito bonito para imprimir e para compartilhar nas redes sociais. *Mesmo com um pequeno engano na palavra "Bazaar", o cartaz ficou lindo!



No dia do evento, eu trouxe uns pequenos cartazes com expressões e vocabulário para ajudar os clientes que não sabiam inglês. Coloquei esse material nas paredes e no quadro e dei aos grupos também. Combinamos que teríamos 30 minutos para preparar tudo antes de começar o evento. Aproveitei para colocar músicas que os alunos gostavam para animar o bazar e depois os próprios alunos colocavam outras músicas usando o YouTube.

Tivemos a visita de muitas pessoas incluindo alunos, funcionários, professores e amigos que compraram muito, aprenderam ou praticaram inglês. Meus alunos praticaram muito através das interações de compra e venda.

Meus alunos falaram que gostaram muito desse evento porque puderam praticar a língua de uma forma descontraída e também se divertiram bastante. Eles também comentaram que pretendem repetir esse bazar em outra ocasião. 

Você pode ver algumas fotos do evento abaixo:


Preparando o Bazaar







Nossos primeiros clientes



O evento ficou lotado! 


Fiquei muito feliz ao ver meus alunos vendendo e interagindo em inglês com muitas pessoas. Também gostei de vê-los aprendendo se divertindo e ajudando os clientes a falar inglês.

Você promove eventos como esse para seus alunos também?

Até breve!

Thursday, April 3, 2014

Aprendendo com um propósito - elaboração de vídeos sobre compras

Durante muitos anos se aprendeu inglês apenas dentro de salas de aula e só os professores viam os resultados das produções dos alunos. Redações, provas, textos, peças e outras atividades muitas vezes eram apresentadas apenas para o professor dar nota e tendo só os colegas da turma como platéia.

E agora, no século XXI, será que podemos fazer diferente?

Segundo Marc Prensky (2010), os nativos digitais gostam de aprender e criar usando as tecnologias do seu tempo. Que tal então aprender e compartilhar as produções dos nossos alunos usando tecnologias para que outras pessoas aprendam também? Propus então que meus alunos criassem vídeos curtos para ajudar pessoas a aprender inglês.

Como percebo que várias lojas aqui em Belém não têm funcionários que falem inglês, propus que meus estudantes aprendessem o tema da unidade sobre compras fazendo algo diferente: que eles aprendessem como comprar em inglês e que criassem pequenos vídeos em inglês com legendas em português e postassem os vídeos com explicações no blog da turma. Você pode ver essa informação aqui: http://classofenglish2017.blogspot.com.br/2014/04/sell-buy-lets-go-shopping.html

Explico para você como fiz esse projeto passo a passo:

Primeiramente selecionei alguns vídeos sobre o tema do YouTube para que meus alunos os tivessem como exemplo. Depois disso, fizemos uma discussão sobre expressões e vocabulário sobre o tema, e em pequenos grupos, eles elaboraram interações de compra de objetos que eles escolheram.

Enquanto eles estavam criando, eu andava pelos grupos para ajudar no que fosse necessário. Após essa aula, eles tiveram alguns dias para gravar as interações em lojas pela cidade.

Na aula de segunda-feira, os grupos mostraram seus vídeos e eu fiquei encantada com os resultados porque eles usaram um nível de inglês acima do que eu esperava! Fiquei muito feliz! Mesmo que haja pequenos lapsos de língua, acho que todos os vídeos estão muito bons! Aposto que muitas pessoas podem aprender a comprar e a vender com meus estudantes! :-)

Você pode ver alguns dos vídeos aqui:

Comprando roupas: https://www.youtube.com/watch?v=KbX8-LEYCoY

Comprando um livro 1: https://www.youtube.com/watch?v=9bxe8hPhOKY&feature=youtu.be

Comprando sapatos 1: https://www.youtube.com/watch?v=XV60OSwjlMA&feature=youtu.be

Comprando outro livro 2: https://www.youtube.com/watch?v=61vR_eer87I

Comprando bolsas: https://www.youtube.com/watch?v=7KDGGD4Dl2Y&feature=youtu.be

Comprando sapatos 2: https://www.youtube.com/watch?v=TQXVU9U9ZDI&feature=youtu.be

Como você pôde ver os alunos se esmeraram para produzir seus vídeos porque acredito que suas produções tinham um propósito real de ajudar pessoas a aprender inglês.

Você pede para seus alunos ajudarem outras pessoas a aprenderem inglês com materiais feitos por eles também?

Até breve!